Anatomia Palpatória — Guia Completo
Objetivos da palpação
- Localizar marcadores ósseos e modelos musculares.
- Avaliar tensão miofascial, edema e sensibilidade dolorosa.
- Integrar informação tátil com imagem e exame funcional.
Princípios fundamentais
- Contato leve → profundo: comece com toque superficial antes de aprofundar.
- Posição do paciente: relaxamento muscular otimiza precisão.
- Simetria: sempre comparar lado a lado.
- Padrões de referência: localizar pontos fixos (processos ósseos, articulações, bordas musculares).
Vídeos (incorporados)
Mapeamento técnico de termos
Termo | Definição | Técnica palpatória | Estruturas associadas / Observações |
---|---|---|---|
Palpação superficial | Contato tátil leve avaliando textura e temperatura. | Deslize com dedos planos, pressão mínima. | Pele, tecido subcutâneo, edema localizado. |
Palpação profunda | Avaliação de massa muscular, ossos e estruturas profundas. | Pressão gradual com ponta dos dedos ou polegar. | Músculos, tendões, articulações e bursas. |
Pontas ósseas / marcos | Processos, tubérculos e ângulos palpáveis. | Posicionar paciente para expor o marco; toque direto e focal. | Uso para referência topográfica (ex.: ASIS, trocanter). |
Fáscia / aderência | Espessamento ou restrição na camada fascial. | Movimento lento transversal e longitudinal; observar deslizamento. | Importante para dor miofascial e restrições de mobilidade. |
Trigger point | Pontos miofaciais hipersensíveis que geram dor referida. | Compressão isquêmica sustentada (10–30s) e avaliação da resposta. | Corr. clínica: cefaleia tensional, dor cervical, lombalgia. |
Tônus muscular | Nível de contração em repouso do músculo. | Avaliação bilateral por compressão e palpação longitudinal. | Hipo/hipertonia indicam alterações neuromusculares. |
Fístula / edema | Acúmulo de fluido ou trajeto anormal. | Palpação com pressão progressiva; observar depressibilidade. | Edema desaparece com pressão (formigueiro) — avaliar pitting. |
Protocolo por região (passo a passo)
Região | Passos essenciais | Sinais a documentar |
---|---|---|
Cervical |
1. Posicionar em decúbito ou sentado. 2. Localizar linhas média, protuberância occipital e processos transversos. 3. Palpar trapézio, esternocleidomastoideo e paravertebrais. |
Assimetria, pontos dolorosos, nódulos, espasmo muscular. |
Torácica |
1. Identificar bordas costais e processos espinhosos. 2. Palpar escápula e músculos interescapulares. 3. Avaliar mobilidade costal na respiração. |
Restrição costal, crepitação articular, dor referida. |
Abdome |
1. Iniciar com toque superficial em sentido horário. 2. Palpação profunda para avaliar órgãos e massas. 3. Verificar defesa involuntária e sinais de irritação peritoneal. |
Massas, visceromegalia, dor à descompressão. |
Membros superiores |
1. Localizar clavícula, acrômio, epicôndilos. 2. Palpar deltoide, bíceps, tríceps e fáscias. 3. Teste de compressão de tendões e bursas. |
Crepitação, atrofia, pontos de dor tendíneos. |
Membros inferiores |
1. Identificar trocânter, patela e maléolos. 2. Palpar quadríceps, isquiotibiais e panturrilha. 3. Avaliar edema e pulso periférico quando necessário. |
Edema, sinal de dor no apoio, discrepância de massa. |
Checklist prático — antes e durante a palpação
- Higiene das mãos; unhas curtas; temperatura ambiente confortável.
- Explicar procedimento ao paciente; obter consentimento verbal.
- Posicionar paciente para máximo relaxamento.
- Comparar lados (direito × esquerdo) e documentar diferenças.
- Registrar intensidade da dor (escala NRS 0–10) e localizar precisamente.
- Interromper se houver sinal neurológico agudo, instabilidade ou dor intensa.
Contraindicações relativas e cuidados
A palpação é segura na maioria dos casos, mas atenção em: fraturas recentes, feridas abertas, trombose venosa profunda (evitar compressão intensa), pacientes com dor aguda inexplicada ou sinais de infecção sistêmica.
Correlação clínica rápida
- Pontos miofaciais em trapézio e escalenos → cefaleia tensional e dor cervical referida.
- Sensibilidade na borda costal → possibilita investigação de costocondrite ou fratura.
- Palpação dolorosa no trocanter → bursite trocantérica.
- Edema maleolar unilateral → avaliar insuficiência venosa ou trombose.
Palavras-chave (para SEO e indexação)
Referência de uso
Material elaborado para fins educacionais e de referência clínica. Integre com imagens anatômicas, ultrassonografia ou outras modalidades de imagem quando necessário para confirmar achados palpáveis.
Sugestão: incorpore imagens estáticas de atlas anatômico ao lado das seções regionais para reforçar correlação visual.
Nenhum comentário:
Postar um comentário